25/04/2023 às 21h49min - Atualizada em 25/04/2023 às 21h49min
Prefeitura nega subsídio, rodoviários enfrentam justiça e greve de ônibus continua na grande São Luís
Em meio a falta de acordo, a justiça do Trabalho considerou, ainda na madrugada desta terça-feira (25), ilegal a paralisação de 100% dos serviços de transporte público na Grande São Luís
- Judson Carvalho
Nesta quarta-feira (25), a grande São Luís amanheceu novamente sem transporte público. Estava prevista para o fim da tarde de terça-feira (25) uma reunião entre trabalhadores e patrões, mas o encontro não aconteceu. Os ônibus vão permanecer nas garagens e motoristas e cobradores continuam de braços cruzados.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, a categoria resolveu iniciar a greve em razão das empresas que operam no transporte público da grande São Luís não assinarem a Convenção Coletiva de Trabalho, documento que garante os direitos dos trabalhadores.
“Não podemos concordar com esse posicionamento dos empresários. Temos um acordo firmado, que garante, entre outros pontos, a recomposição salarial dos nossos companheiros e companheiras. Sem o cumprimento efetivo da nossa Convenção Coletiva de Trabalho, não nos resta outra alternativa", afirmou Marcelo Brito, Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.
Já o Sindicato das Empresas, o SET, alegou não ter caixa para garantir os salários dos trabalhadores deste mês. E não vai assinar a Convenção Coletiva de Trabalho devido a falta dos subsídios que vinham sendo repassados pelo município de São Luís e Governo do Estado. " O subsídio, há dois anos, usamos para pagar salários", disse o diretor do SET, Paulo Pires, ao REPÓRTERINTERATIVO.COM
O SET também divulgou uma nota. Veja na íntegra:
A prefeitura de São Luís reconheceu atraso no pagamento do subsídio e disse, em nota, que só fará o pagamento depois que as empresas apresentarem melhorias, previstas em contratos, na frota de ônibus.
Leia a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que o Município ajuizou uma ação na Justiça do Trabalho, que determinou a circulação mínima de 70% da frota dos ônibus em São Luís.
A SMTT destaca ainda que o repasse de subsídio ao sistema de transporte está condicionado a melhorias no serviço, a exemplo do aumento da frota e a volta do ar-condicionado nos coletivos, o que não tem acontecido.
O governo do Maranhão, responsável pelas linhas alternativas intermunicipais com ônibus entre a capital maranhense e os municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, afirmou que a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) segue com as negociações avançadas e a expectativa é que se chegue logo à resolução da situação no que compete ao estado.
Em meio a falta de acordo, a justiça do Trabalho considerou, ainda na madrugada desta terça-feira (25), ilegal a paralisação de 100% dos serviços de transporte público na Grande São Luís. O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Marcelo Brito, garantiu durante uma entrevista para TV DIFUSORA que acatou a decisão, mas os trabalhadores não aceitaram parar a greve.